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O Sistema de Vigilância da Amazônia, ou SIVAM, é um projeto elaborado pelos órgãos de defesa do Brasil, com a finalidade de assegurar o espaço aéreo da Amazônia. Conta com uma parte aérea, o Sistema de Proteção da Amazônia, ou SIPAM.
Este projeto visa atender a um antigo anseio das forças armadas, cujo desejo era a presença das forças armadas brasileiras na Amazônia, com a finalidade de fazer frente às manifestações de líderes internacionais contra os direitos do povo brasileiro sobre esta região. Os sucessivos projetos deinternacionalização da Amazônia fortaleceram esta percepção de ameaça sobre a soberania territorial da Amazônia Brasileira.
Para fazer frente a este tipo de ameaça, as Forças Armadas, juntamente com pesquisadores civis da região Amazônica, propuseram a construção de uma ampla infraestrutura de apoio à vigilância aérea e comunicação na região amazônica. Como parte do projeto SIVAM, foi construída a infraestrutura necessária para suportar a fixação de enormes antenas de radar, sistemas de comunicação, bem como de modernas aparelhagens eletrônicas. Também faz parte desta infraestrutura a integração com o satélite brasileiro de sensoriamento remoto, que permite fiscalizar o desmatamento na Amazônia.
Índice
[esconder]- 1Estrutura
- 2O governo brasileiro e a construção do SIVAM
- 3O SIVAM do Comando da Aeronáutica
- 4O SIVAM da Casa Civil da Presidência da República
- 5O SIVAM dos Estados da Amazônia Legal
- 6Outras entidades beneficiadas pelo SIVAM
- 7Espionagem pelo Governo americano
- 8Ver também
- 9Referências
- 10Ligações externas
Estrutura[editar | editar código-fonte]
O SIVAM tem como finalidade o monitoramento da Amazônia Legal (que compreende a Região Norte do Brasil, o estado do Mato Grosso e parte do estado doMaranhão). Para tanto, foram criados subsistemas de monitoramento com os seguintes objetivos:
- Monitoramento da atividade aérea - cuja responsabilidade é Comandar a Aeronáutica, envolvendo a FIR Amazônica. Inclui no seu acervo de sensores, radares bidimensionais e tridimensionais, bem como a capacidade de integrar informações de aviões de alarme aéreo antecipado AEW, integrados por meio de enlace de dados.
- Monitoramento da região amazônica - cuja responsabilidade é da Casa Civil da Presidência da República, através do SIPAM. Suas capacidades vão desde o monitoramento da mata amazônica, unidades de conservação, meteorologia, vigilância do espectro eletromagnético, vigilância terrestre e célula de comando e controle de operações.
O equipamento necessário para a montagem do sistema foi fornecido pela empresa estadunidense Raytheon[1] [2] e pelas empresas brasileiras Atech eEmbraer.
O SIVAM troca informações com o Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM e com o Sistema de Controle do Espaço Aéreo, trabalhando de maneira integrada entre si.
O governo brasileiro e a construção do SIVAM[editar | editar código-fonte]
A instalação do apoio dessas antenas, foi concebido segundo seu alcance pretendido e pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República SAE/PR, ao final da década de 1980, em parceria com os Ministérios da Justiça e da Aeronáutica do Brasil, durante o governo do Presidente José Sarney. Dentre os projetos de ocupação e defesa da Amazônia desenvolvidos inicialmente estavam os estudos que resultariam no projeto SIVAM-SIPAM e o projeto Calha Norte. Parcialmente paralisados no período Collor, esses projetos seriam retomados no governo Itamar Franco.
Em 1993, o presidente Itamar Franco, após ouvir o Conselho de Defesa Nacional, decretou que o projeto não seria alvo de licitação, dentro da legislação em vigor. Desta forma, no ano de 1994, deu-se início ao processo de seleção da proposta vencedora.
No governo Fernando Henrique, o processo de seleção foi modificado, tornando-se uma licitação. A disputa se concentrou entre dois grupos, o americanoRaytheon e o grupo francês Thomson. Após pesado lobby da diplomacia americana e de denúncias de espionagem e grampos telefônicos por parte da CIA,[3]e oferta de empréstimo por parte do Eximbank dos Estados Unidos, em 1995 sagrou-se vencedora a proposta da Raytheon.
O contrato final foi de US$ 1,4 bilhão, o maior investimento individual na área de defesa feito pelo Brasil nos anos 1990.
No pedido de proposta, o Brasil descreveu que existiria uma empresa integradora brasileira, com a responsabilidade de fazer a interface entre o que estava sendo realizado no Brasil com o produzido nos Estados Unidos da América. Esta empresa era a ESCA.
O Sivam foi finalmente inaugurado em 25 de julho de 2002 pelo Presidente Fernando Henrique.
O SIVAM do Comando da Aeronáutica[editar | editar código-fonte]
O Comando da Aeronáutica recebeu um grande número de equipamentos e sistemas de computação com o objetivo de aumentar a segurança do voo e a vigilância do espaço aéreo brasileiro na região amazônica.
Unidades do Departamento de Controle do Espaço Aéreo[editar | editar código-fonte]
O Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), com sede em Manaus, Amazonas, foi o órgão do Comando da Aeronáutica que recebeu o maior acervo de equipamentos e sistemas do IML Foram atualizados dezesseis destacamentos nas cidades: São Luís, Macapá, Belém, Manaus (dois destacamentos), Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista, Jacareacanga, Imperatriz, Santarém, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga, Guajará-mirim, Tefé e Tiriós.
O projeto também criou novas unidades em Cruzeiro do Sul, Cachimbo, São Félix do Araguaia, São Félix do Xingu, Manicoré, Porto Esperidião, Eirunepé, Sinop e Vilhena.
Unidades do Comando-geral de Operações Aéreas[editar | editar código-fonte]
O 2º/6º Grupo de Aviação, com sede em Anápolis-GO, foi o esquadrão aéreo equipado com as aeronaves E-99 e R-99, respectivamente de Alarme Aéreo Antecipado e Reconhecimento por sensoriamento remoto, recebidas do SIVAM. Estas começaram a operar em 2002 e participam diariamente de operações militares, de coletagem de informações para o controle do desmatamento na região, bem como em alguns casos de resgates, como na busca do Gol 1907 na Serra do Cachimbo em setembro de 2006 e na queda da aeronave da Air France (voo 447) próxima a Fernando de Noronha.
O 1º/6º Grupo de Aviação recebeu a partir de 2005 aeronaves Bandeirante, EMB 110, com um sensor multi-espectral instalado, com a função de sensoriamento remoto e com várias aplicações militares e civis.
O 1º/4º Grupo de Aviação foi o escolhido em 2010 para o emprego de aeronaves de caça F-5 EM/FM na defesa aérea da região. Todos os caças F-5 utilizados dentro do SIVAM-SIPAM foram modernizados recentemente pela empresa brasileira Embraer.
O 7°/8° Grupo de Aviação (7º/8º GAV), o Esquadrão Harpia, com helicópteros H-60L (Sikorsky UH-60L Black Hawk).
O 1°/9° Grupo de Aviação (1º/9º GAV), o Esquadrão Arara, o último esquadrão da FAB a utilizar os C-115 (De Havilland DHC-5 Buffalo), sendo que já recebeu as aeronaves CASA/EADs C-295, fabricados na Espanha, aqui denominados de C-105 Amazonas.
Além destas aeronaves, foram entregues quatro HS-800XP para o Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), com sede no Rio de Janeiro.
O SIVAM da Casa Civil da Presidência da República[editar | editar código-fonte]
O Projeto SIVAM entregou para a Casa Civil um Centro de Coordenação Geral (CCG), responsável pelo planejamento e controle dos trabalhos a serem executados pelo SIPAM , e três centros técnicos-operacionais, responsáveis pela execução das tarefas nas suas regiões de abrangência, tendo como função defender a Amazônia.
O SIVAM dos Estados da Amazônia Legal[editar | editar código-fonte]
Em 1999, a presidência da Comissão para Implantação do SIVAM verificou que no projeto existia uma lacuna, a participação dos Governos Estaduais. Com o objetivo de preenchê-la, foram criados os centros estaduais de usuários do SIVAM.
Outras entidades beneficiadas pelo SIVAM[editar | editar código-fonte]
O Projeto SIVAM não foi exclusivo destes órgãos do Governo. Outras agências e instituições foram atualizadas com fornecimentos.
INPE[editar | editar código-fonte]
O Instituto de Pesquisas Espaciais foi o primeiro órgão do Governo Brasileiro a receber os equipamentos do Projeto SIVAM. Uma nova estação de recepção de imagens satélites em Cuiabá e os respectivos softwares atualizados na unidade de Cachoeira Paulista entregues em 1998 - 1999, aumentaram a capacidade de recepção de imagens dos satélites Landsat, Spot entre outros.
INMET[editar | editar código-fonte]
A implantação de um supercomputador no Instituto Nacional de Meteorologia foi o grande avanço imposto pelo Projeto SIVAM, possibilitando aquele órgão aumentar a qualidade de suas previsões, baseadas em modelos numéricos avançados.
ANA[editar | editar código-fonte]
Sensores de qualidade das águas foram instalados e fornecidos para a Agência Nacional de Águas. Estes sensores, implantados em vários rios da Região Amazônica, através do cruzamento de dados via satélite, provém várias informações para contribuir com o controle das águas fluviais da região.
Espionagem pelo Governo americano[editar | editar código-fonte]
Segundo o relatório de investigação feita pelo Parlamento Europeu[4] em 2001, o Echelon, operado pelos Cinco Olhos, foi usado pelos EUA para colaborar com a empresa americana Raytheon por ocasião da concorrência, lançada pelo governo brasileiro, por serviços e equipamentos para o sistema de vigilância da Amazônia, o SIVAM. Os americanos venceram a disputa.[5]
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