Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Operação Politeia, é o nome dado uma operação da Polícia Federal de 14 de julho de 2015, que representa um desdobramento da Operação Lava Jato. O nome da operação (Politeia) é uma referência ao livro "A República" de Platão, que trata de uma cidade perfeita, cheia de virtudes, onde a ética prevalece sobre a corrupção.[1] A ação representa a primeira ofensiva contra políticos desde o inicio da Lava Jato. O alvo da operação Politeia é o Senador e ex-presidente da república, Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Na operação a PF fez buscas em residências e escritório do Senador. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao Collor em Brasília e Alagoas.[2]
Índice
[esconder]Resumo[editar | editar código-fonte]
Collor é suspeito de receber propina em troca de contratos com a subsidiária da Petrobrás que era controlada politicamente por ele até 2015. Suas empresas seriam usadas para lavar o dinheiro por meio de empréstimos fictícios. A PF constatou que o senador gastou R$ 16,4 milhões entre 2011 a 2014 com despesas de consumo, como pagamento de contas de energia elétrica, água, telefone, TV por assinatura, passagens aéreas, segurança privada, medicamentos, funcionários, tributos, entre outros. Os gastos milionários foram bem inferiores a renda declarada pelo senador em todo o período, de R$ 700 mil. [3]
Apreensão[editar | editar código-fonte]
Os policiais federais apreenderam em espécie R$ 4 milhões, U$45,7 mil e 24,6mil euros, além de 8 veículos, entre eles Ferrari vermelha, Porsche preto e Lamborghini prata. Também foram recolhidos obras de arte, relógios, mídias (HDs e CDs) e documentos.
Investigados[editar | editar código-fonte]
Outros supostos envolvidos foram os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), o ex-ministrado Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Mário Negromonte (ex PP-BA), o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-deputado João Pizzolati (PP-SC). Ainda é investigado na operação o advogado Thiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz.
TV Gazeta[editar | editar código-fonte]
Ao analisar documentos apreendidos na sede da TV Gazeta, os investigadores descobriram que Collor fez 6.762 empréstimos entre 2011 e 2014 com sua empresa que totalizaram R$ 31,1 milhões. Desse montante, 49,5% foram destinados a cobrir gastos correntes do senador. Os investigadores destacaram que o fato de Collor ter usado parte do dinheiro que tomou “emprestado” da TV Gazeta com despesas pessoais é relevante porque são valores que não podem ser recuperados, ao contrário do que ocorre com bens adquiridos cujos valores poderiam ser readquiridos por meio de venda. [4]
BR Distribuidora[editar | editar código-fonte]
A subsidiárias da Petrobras, BR Distribuidora, também foi alvo da operação. O ex-presidente e Senador Collor foi citado nas delações premiadas de Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, e Ricardo Pessoa, dono da UTC. O empreiteiro afirma ter pago R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012 em troca de influência nos favores da BR Distribuidora, e R$2 milhões a Ciro Nogueira. Pessoa afirma ter pago R$1 milhão ao advogado Thiago Cedraz para o TCU liberar a licitação da usina nuclear Angra 3.
Pela BR Distribuidora foram investigados dois ex-diretores, José Zonis e Luís Cláudio Caseira Sanches.
Nenhum comentário:
Postar um comentário