sábado, 19 de março de 2016

Caso Banespa | Sobre o Escândalo

O banco foi o centro de dois escândalos no governo de Orestes Quércia em São Paulo. O primeiro foi descoberto pouco depois de sua posse, em 1987. Otávio Ceccato, secretário da Indústria e Comércio, envolveu-se em uma fraude que provocou um rombo de 1 bilhão de cruzados (pouco mais de 900.000 reais) na corretora do Banespa. Já perto de encerrar o mandato, foi Quércia o responsável por outro escândalo envolvendo o banco, desta vez por meio dos empréstimos especiais chamados “antecipação de receita orçamentária”, ou ARO. Em dois deles, o governo pegou 674 milhões de dólares no banco oficial. Os desmandos resultaram na intervenção da instituição pelo Banco Central.
Deu no quê?
Em 1996, uma liminar cassou bens dos 107 responsáveis pela administração do banco entre 1989 e 1994 – incluindo os ex-governadores Quércia e Fleury. Todos foram acusados pelo Ministério Público de responsabilidade “objetiva” e “solidária” pelo rombo do banco, estimado em mais de 15 bilhões de reais. Fleury ainda foi citado por interferir diretamente na concessão de empréstimos de 111 milhões de dólares à empresa farmacêutica Paraquímica. Quércia respondia, ainda, pelo rombo de 2,8 bilhões de reais no Banespa – morreu sem que o processo fosse julgado no Superior Tribunal de Justiça. Federalizado, o banco foi vendido em 2000 para o espanhol Santander, por 7,05 bilhões de reais. Na ocasião, o Banespa foi definido pelo então presidente do Banco Central, Armínio Fraga, como a “joia da coroa” entre os bancos estatais. Em 2001, foi instaurada uma CPI para apurar irregularidades administrativas ocorridas durante o período em que o banco estatal paulista ficou sob o comando do BC. A comissão foi presidida, justamente, por Fleury Filho. O relatório final da investigação não pediu o indiciamento dos ex-governadores e indicou que motivações políticas, apoiadas em manobras do BC, culminaram na privatização do banco.

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